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O COMPARTILHAR: COMO UM MOVIMENTO PODE MUDAR A NARRATIVA CLIMÁTICA

Foto do escritor: Fenz Brazil Fenz Brazil


Sobre o poder da narrativa, a co-criação e o papel da mulher em sonhar com um mundo melhor. Sobre trazer de volta aquela sensação de admiração, imaginação, sonho, possibilidade,

realismo mágico e, finalmente, união entre sistemas sociais e naturais.



Para compartilhar suas experiências, Larissa Colombo traça soluções que defendem o amor e mostra ao mundo o que é possível quando imaginamos um futuro melhor juntos. Seus conhecimentos em assuntos como energética dos alimentos, agrofloresta, agroecologia, permacultura, PANC (plantas alimentícias não convencionais), resíduos sólidos, compostagem, pensamento sistêmico, novas economias, culturas regenerativas, capitalismo consciente, proporcionam um aprofundamento na sua consciência social, cultural e ambiental.



Qual é a sua missão pessoal como comunicadora, educadora ecológica e ativista?

Minha missão é inspirar as pessoas a se questionarem, eu tenho muito esse lugar dentro de mim, de questionadora, de curiosa e de me colocar no papel de aprendiz e de perceber que realmente eu não sei de nada, que a natureza é a minha maior professora e fonte de inspiração para me conectar com meu propósito e de me aproximar da onde eu vim e para onde eu vou. Minha missão é despertar nas pessoas esse lugar de se questionar, de criar espaço para observar o tempo natural das coisas, o movimento da natureza, as marés, as estações do ano, observando e tentando aproximar a vida humana. Querer mudar e ter coragem para mudar, somos agentes de transformações e temos o poder em nossas mãos, no nosso espírito, nas nossas células, nos nossos pensamentos. Se conseguimos mudar nosso pensamento, conseguimos mudar nossa energia, tudo é energia, moléculas, as coisas são invisíveis aos nossos olhos, mas que reverbera com a ação, com a indução, conectando com essa sutileza trazemos a transformação.

O que é essencial para você?

Essencial pra mim é todos os dias comer bem, comer bem significa me aproximar da origem desse alimento, me aproximar de um lugar natural, alimentos sazonais e locais. Essencial é movimentar meu corpo através do esporte e o esporte está muito ligado a água, o surfe, o kite, também a corrida, a caminhada, o ashtanga, yoga e a dança. Essencial ser o que de fato eu falo, saber que a minha potência de fazer, de estar, de presença ela tem que partir da minha autenticidade, é essencial ser autêntica entrar nesse lugar, mesmo que eu me questione diante de todos os padrões que nos são colocados e comparações que nos instigue a todo momento fazer, seja fisicamente ou intelectualmente e deixar a autenticidade fluir e falar por mim. Essencial amar através das minhas ações e do meu sorriso e saber que recebo e dou amor e mais do que isso, que sou o ser que me amo e sou amada através dos meus guias, da natureza para viver. Essencial sempre estar questionando, conhecendo novas pessoas e novos jeitos de fazer, sou curiosa no sentido de olhar e pensar da onde foi feito e o que levou a pessoa a fazer, conhecer pessoas é reconhecer mais sobre mim. Essencial ter o lugar de escuta e tempo de qualidade para escutar, eu dedicar meu tempo a escutar e não apenas focar nas coisas que eu tenho que fazer e ser produtiva. Essencial é dormir bem, cuidar da minha saúde, de diferentes formas, e a principal é eu aceitar quem eu sou, fisicamente falando, para eu não cair em padrões estéticos. Essencial é estar com pessoas curiosas, com intelecto e que tenham narrativas amplas que me fazem questionar e estar em lugares que eu desconheço. E agradecer por estar vivo, é o papel mais representativo do que é essencial.


Como uma narrativa pode mudar as comunidades - e o mundo?

Toda história a ser compartilhada desse lugar de coração, de veracidade, de autenticidade, desse lugar da pessoa se colocar à serviço de fazer o bem para os outros, para si e para o mundo, que pensa e considera a ação dela para todos os seres, qualquer história pode mudar, incentivar mudanças e inspirar seja uma comunidade ou o mundo.

Tem o lugar do autoconhecimento, onde as pessoas de fato querem mudar. As mudanças são feitas coletivamente, porém precisam ser feitas individualmente, se cada indivíduo estiver disposto a mudar, a se colocar no papel, tirar as camadas e enxergar que estamos cheios de influências, de distrações e trazer a consciência, fica muito mais claro a conexão com as pessoas que estão vibrando na mesma sintonia, as mudanças coletivas ficam muito mais potentes e significativas. Sustentabilidade é sustentar uma ação.


O que uniu seus questionamentos e conhecimento com o objetivo de encorajar outros seres humanos?


As experiências, as vivências, o lugar de me abrir para o novo, escutar novas histórias, me colocar no lugar do outro, de saber que sei muito pouco, que conheço um recorte, um fragmento da vida, de certos assuntos e que todo o tempo aprendemos novas formas de viver e de fazer acontecer.



Por que você acha que é importante mudar a narrativa climática das mensagens de desgraça e tristeza e fim do mundo, para passar do medo ao amor?


Essa pergunta é muito bonita, de como passar do medo para o amor é muito forte pra mim que é uma premissa que eu escolho aprender através do amor. Eu acho que a gente enquanto sociedade, humanidade e inconsciente coletivo estamos muito condicionado a aprender através da dor, a gente precisa chegar no fio da desgraça, da destruição ou realmente chegar nesse lugar para ter o pulso da mudança, claro que o sentimentos como raiva são propulsores e combustível para a mudança, mas da dor e do medo, mas eu prefiro e me coloco muito em criar pensamentos e ações no amor. Eu já tive experiências de mudanças através da dor, mas eu escolho mudar através do amor, a minha relação com o mar é muito isso, sempre tive muito medo da onda, encarei muitos medos e isso me ensinou muitas coisas sobre meu posicionamento na vida, no mar, na onda, porque estou falando sobre isso porque realmente quando a gente se dispõe aprender pelo amor a gente tem a capacidade de amar a natureza e de nos sentirmos parte, parece muito clichê, mas nós somos a natureza. Estava surfando em Fernando de Noronha e de repente tinham quatro tartarugas bem na minha frente, enormes, imensas e eu sou parte, estou dividindo o espaço, muitas vezes não vemos, mas se você parar no centro de SP ou em qualquer lugar e olhar para cima existe muitas espécies de aves e nem procuramos, existe essa grandiosa escola que é a natureza, e se partimos através do amor e se todo dia acordamos dispostos a olhar essa escola viva, você vai ver que toda essa narrativa é necessária, que ela existe, mas também há muita desgraça, tristeza e destruição, mas podemos aprender e aplicar em nossas vidas. O que sinto que demoramos muito tempo para descobrir que estamos causando tantos danos, não acredito que começamos agir sabendo que estamos criando um impacto tão grande e tão negativo, eu prefiro acreditar que não sabíamos, mas a partir do momento que descobrimos é muito difícil mudar os padrões e os meios, das formas que criamos os meios de viver, de como criamos a sociedade, como vivemos em uma cidade, as falsas necessidades que temos e de como obtemos as coisas. O homem tem que passar por esse processo de autoconhecimento, de estar disposto a desapegar de coisas, não deixar de viver, mas desgarrar das falsas necessidades e todos se colocarem no papel de agentes de transformações, seja para fazer um sapato ou vender uma comida e saber que o que você serve e o que você faz pode ter uma narrativa de esperança e fazer o bem para o todo.



Qual seu animal marinho favorito?


Meu animal favorito com certeza é o golfinho, já tive muitos momentos emocionantes, já avistei pulando a um palmo de distância, já nadei com eles, de um encontro e um sentir de grande amor. É um animal que tenho muita conexão.



Conheça mais: @larissa.colombo

 
 
 

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