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BACK TO NATURE: RECONEXÃO COM A NATUREZA POR AMANDA FERNANDES

Atualizado: 31 de mai. de 2021


Os próximos 10 anos moldarão os próximos 10.000 anos. O que fazemos ou deixamos de fazer fará a diferença




Amanda sempre foi encantada pelo mar e pelos animais marinhos, apesar de nascer e viver até sua adolescência em São Paulo, Capital.

Aos 17 anos seguiu o chamado das águas salgadas, e foi cursar Biologia Marinha em Santos, onde morou até os 22 anos e desenvolveu trabalho voluntário com resgate e reabilitação de animais marinhos. Após sua formação, trabalhou como educadora ambiental em Fernando de Noronha, no Projeto Golfinho Rotador, onde viveu uma linda experiência de conexão com a natureza e com a comunidade local, aprofundando ainda mais seu amor e dedicação a esse mundo azul.

Continuou a vida acadêmica através do mestrado e doutorado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, na Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus-BA, ambos desenvolvidos através de pesquisas com tartarugas marinhas.

Hoje, aos 30 anos, vive em Ilhabela onde trabalha com monitoramento de praias e resgate de animais marinhos e desenvolve pesquisas na área da conservação marinha. Durante suas vivências, pesquisas e rotina com contato direto junto ao maravilhoso mundo marinho, aprofundou seus estudos na área da Ecologia Profunda e Teoria dos Sistemas vivos (onde nos reconhecemos como parte desse grande e amoroso organismo vivo chamado Gaia) sendo também co-fundadora e facilitadora de cursos na Ology.eco.

Sua missão de vida é continuar colaborando com a saúde e regeneração dos ecossistemas marinhos e facilitar a reconexão das pessoas com sua essência mais pura através do contato profundo com a natureza.



Você é vegana. Uma das maneiras mais eficazes de causar um impacto imediato para melhor é reconsiderar os ingredientes em nossos pratos. O que faz você decidir agir por meio da comida?

Entender que comer é um ato político, e que o veganismo é uma maneira de se posicionar e agir diretamente para a transformação de diversos aspectos que geram múltiplas opressões socioambientais. Acredito muito na força de transformação do veganismo quando ele é pautado em um movimento popular e acessível, que fale não só sobre as questões da exploração animal, desmatamento e poluição, mas também, e essencialmente, sobre soberania alimentar, reforma agrária, regeneração da terra e liberdades.


Precisamos redesenhar os negócios, reajustar nossas mentes, repensar nossas escolhas. Qual é o seu conselho para as pessoas que estão tentando diminuir sua pegada e reduzir o desperdício diário?

Acho que um conselho válido seria praticar a presença e o questionamento nas escolhas, evitando fazê-las no automático. ‘Eu realmente preciso disso?’ ‘Há alguém que possa me emprestar sem que eu precise comprar um novo?’ ‘Será que existe alguma outra opção com menos embalagem?’ ‘Existe alguém que produza o que eu preciso, manual e localmente?’ ‘Quais são os alimentos da época? É possível comprar diretamente com o produtor?’

Reflexões como essas já nos direcionam um pouco pra decisões que terão menos impacto e que podem auxiliar a criarmos conexões que fortaleçam o comércio local, as comunidades e nossa relação com outras espécies.


Você trabalha com o monitoramento de praias e resgate de animais marinhos. A poluição por plástico pode ter um grande impacto nas comunidades e ecossistemas. O que mais a chocou no estado da poluição marinha por plástico em Ilhabela?

Apesar de, infelizmente, ser uma temática muito comum na nossa rotina, diariamente nos sentimos assustados com o impacto do plástico no ecossistema marinho. As pesquisas têm fornecido dados cada vez mais alarmantes e a porcentagem de animais que apresentam morte por ingestão de plástico ou por outros tipos de interação com resíduos também é muito alta e preocupante.

A cada animal que encontramos neste cenário sentimos uma tristeza muito grande, é sempre um choque perceber o nível do impacto negativo que temos causado com nossa cultura de produção e consumo.


Quais os projetos colaborativos em Ilhabela que gostaria de compartilhar?

Há alguns movimentos e iniciativas muito legais na Ilha, como o Sítio Brasilis, Muda Alimentos, Club Mercado Verde, Sustenta. Vale a pena acompanhar e apoiar, principalmente pra quem é da região.


Como surgiu a ideia do projeto OLOGY. ECO?

A Ology surgiu a partir de muitas conversas e inquietações com minha parceira de vida de vários anos, Andréia Martucci.

A essência da ideia veio da nossa vontade de criar redes e conexões com pessoas que estão engajadas nas lutas pelo nosso planeta e por toda vida que o integra. Criar diálogos, construir (ou desconstruir) ideias, co-criar alternativas sistêmicas à esse sistema capitalista-patriarcal que impera hoje e que causa tantos danos à vida e à saúde como um todo.


Criatura marinha favorita?

Essa é difícil. Eu trabalho com as tartarugas marinhas há muitos anos, e aprendo muito todo dia com elas sobre infinitas coisas como paciência, resiliência, colaboração, força, persistência. Mas o mais lindo pra mim é poder ver e estudar como a rede da vida se ampara e trabalha com a colaboração de todos os seres pra criar ainda mais vida e saúde dentro dos sistemas. Apesar de admirar muito algumas espécies em particular, como as tartarugas marinhas, o que mais me encanta é a rede da vida formada por todas as espécies com sua complexidade, diversidade e beleza.




CONHEÇA MAIS: @mandifernandes

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